As profecias de Daniel, o juízo investigativo e o santuário Parte 4

Na terceira parte do artigo (veja aqui) nós iniciamos o estudo do calendário profético de Daniel, usando o capitulo dois como base, e em seguida comparando com o capítulo sete. Assim foi possível identificar a seqüência cronológica da sucessão dos reinos, e a identidade de cada um deles. Sendo em sua ordem: Babilônia, Médo-Pérsia, Grécia e Roma.

E concluímos a terceira parte mostrando a divisão do Império Romano em 10 tribos bárbaras e a sua relação com os 10 dedos da estátua (Cap.2) e com os 10 chifres (Cap.7).

Porém, em Daniel 7 surge um outro poder, simbolizado por um chifre pequeno, que nasce entre os 10 chifres, e derruba três dentre os dez, ocupando o lugar deles.

Quem é esse chifre pequeno? Que características peculiares têm tal poder, que o diferencia dos demais poderes (chifres)? E qual a relação desse chifre com o juízo investigativo e com o santuário?

Nossa investigação se fará em torno dessas questões.

O chifre pequeno de Daniel 7

Em Daniel 7:24 surge um chifre (rei) que abate a três chifres (reis).

Ele não é outro animal, mas um poder que surge diretamente no quarto animal. 

Ou seja, é um poder que surge diretamente de Roma.

Características do chifre pequeno

Estudando os versos 8-10 e 19-25 do capítulo 7, podemos observar as seguintes características do chifre pequeno:

Saiu do Império Romano (besta), um império extremamente pagão.

Surgiu entre os 10 chifres, e destrói 3 deles.

É descrito como um poder diferente do poder dos demais chifres e dos demais animais.

Tem olhos e boca.

Profere palavras contra o Altíssimo (Deus).

Faz guerra contra os santos (igreja) do altíssimo (Deus), prevalecendo contra eles.

É responsável por mudanças no tempo (calendário), e na lei de Deus.

Olhos e boca

Os olhos simbolizam sabedoria: Efésios 1:18 - “Tendo iluminados os olhos do vosso entendimento”

A bíblia chama os santos profetas de Videntes porque eles vêem com os olhos de Deus. (1 Cronicas 21:9). Mas o chifre pequeno tem olhos de homem e não de Deus.

A bíblia fala que há três coisas que Deus odeia: Olhos altivos, língua mentirosa, mãos que derramam sangue inocente, Provérbios 6:17. O que são exatamente as obras do chifre pequeno.

Analisando a história, que poder (rei ou autoridade) surgido do Império romano, se encaixa na descrição do chifre pequeno de Daniel 7?

Sabemos que o Cristianismo nasceu na Judéia, que na época fazia do Império Romano. Os romanos dominavam praticamente todo o mundo conhecido. Mercadores, negociantes, nobres e soldados tinham constante contato com os costumes do povo judeu e acompanhavam o que acontecia em Israel. (Atos 16.22)

Com a morte e ressurreição de Cristo, e com o trabalho posterior dos apóstolos na pregação do evangelho, a igreja cristã primitiva espalhou-se pelo império romano, e muitos romanos converteram-se ao cristianismo.

Mas sendo Roma um império pagão, em meados de 64 d.C, na época de Nero, iniciou-se grande perseguição do império romano aos cristãos.

Mas em 311 o Imperador Constantino Magno, em uma manobra política para unir o império, que estava fragmentado. Tornou-se "Cristão". E a Igreja passou a conviver com o Estado. 

Templos foram construídos para os cristãos; alguns, deles adaptados aos templos pagãos da religiosidade romana. Os pastores da Igreja Romana passaram a exercer certa autoridade sobre os demais (tinham o poder nas mãos). O bispo de Roma passou a ser o mais importante dos bispos. O primeiro bispo de Roma chamado "papa" (pai) foi Leão Magno, o Leão I, cerca do ano 500.

Como vemos, a partir do ano 311, a Igreja de Roma se aliou ao Império Romano e iniciou a sua longa história de sincretismo religioso com as doutrinas e práticas pagãs da religiosidade romana, bem como a sua aliança com o Estado romano. Foi exatamente a partir daí que teve início a Igreja Católica Apostólica Romana. Dando pleno cumprimento as previsões de Pedro e Paulo (Atos 20:29 e 2 Pedro 2:1) a cerca da influência dos hereges.

Porém muitos cristãos fiéis não se submeteram a igreja católica, por conta da venda de indigências, proibição do acesso a bíblia, heresias, evidente paganismo associado aos cultos, dentre outras coisas. E foram perseguidos e mortos por isso.

Mais adiante serão revelados mais detalhes e evidências histórias que comprovam que o poder papal é o chifre pequeno. Por hora vamos nos concentrar nas seguintes características:

O poder papal:

1 - Surgiu no Império Romano, por isso o nome “Igreja Católica Apostólica Romana”.

2 - Destruiu três tribos bárbaras para se firmar no poder: A História mostra que os Hérulos caíram em 493, os Vândalos em 498 e os Ostrogodos em 538, sendo expulsos de Roma. (Lembra dos três chifres derrubados pelo chifre pequeno em Daniel 7?)

3 - Tinha um poder diferente das tribos bárbaras: Pois não era só um poder político e militar, mas religioso. Exercendo vasta influencia religiosa em todo o mundo. Sendo que em 538 o Imperador Justiniano declarou o Papado o líder de todas as Igrejas Cristãs do Mundo.

4 - Suas doutrinas e dogmas são claras palavras proferidas contra Deus. (intercessão feita por santos mortos, autoridade papal para perdoar pecados, adoração a imagens de escultura, mudança no decálogo, assunção de Maria, proclamação do papa como o vigário de Cristo, etc.)

5 – Substituiu o “Assim diz o Senhor” por heresias e paganismo (exemplo: culto de anjos, idolatria), ocultou a verdade bíblica dos fiéis (missas em latim, só os padres, freis e afins, tinham acesso a bíblia), mudou os tempos e a lei (veremos detalhes mais adiante)

Para o artigo não ficar longo e cansativo, por hora ficaremos por aqui. Amanhã (se Deus permitir) postarei a 5º parte do artigo, com as provas históricas e proféticas que comprovam ser o poder papal o chifre pequeno. Para em seguida começarmos a analisar a relação do poder papal com o juízo investigativo e com o santuário.

Autor:
Adriel Lima